Ciúme - Comentário Max FM 95.9

Ciúme é o medo de perder alguém a quem se ama para uma terceira pessoa. O ciúme é um sentimento normal, que todos nós sentimos de vez em quando. 

Quando temos ciúme é porque queremos preservar o relacionamento com uma pessoa querida, que pode ser alguém da família, o nosso parceiro ou parceira, um amigo ou uma amiga, enfim, qualquer pessoa a quem queremos bem. 

Pessoas equilibradas lidam com o ciúme de maneira natural. E como elas fazem para se controlar? Ora, elas falam consigo mesmas. Nessa conversa introspectiva, a mente racional da pessoa com ciúme se impõe aos sentimentos emocionais, que criam em sua mente a fantasia da perda da pessoa querida. A razão se impõe à emoção e o ciúme desaparece. Nessa situação, trata-se do ciúme normal. 

Já quando acontece o ciúme doentio, a pessoa ciumenta sente, consciente ou inconscientemente, a ameaça de um rival e procura exercer um controle obsessivo sobre os sentimentos e o comportamento da pessoa que, então, se torna vítima de seu ciúme. A pessoa com ciúme sucumbe à fantasia de estar perdendo a pessoa querida, imaginando que ela esteja se relacionando com a pessoa que ela pensa ser essa rival. Pessoas com ciúme doentio são inseguras e têm baixa autoestima. Falta-lhes autoconfiança. O ciúme muitas vezes resulta em crimes. 

Todos já ouvimos falar em crime passional, não é mesmo? Pessoas com ciúme tentam aprisionar sua vítima, mental e até mesmo fisicamente. Não perdem a oportunidade de restringir a liberdade e invadir a privacidade da vítima. Não toleram que a vítima tenha atividades independentes daquelas exercidas em conjunto com o ciumento. 

O ciumento quer saber quem enviou mensagens para a vítima, que e-mails recebeu e por qual motivo, com quem falou e sobre o que, onde está e a que horas voltará, quem são os amigos e porque os têm. Acha que quando seu parceiro ou parceira se arruma para sair, mesmo que seja para ir trabalhar, está "se arrumando para encontrar o/a amante". Se acontece algum atraso para chegar em casa, por exemplo, é motivo de briga e questionamento, mas por mais que tente aliviar seus sentimentos, o ciumento nunca estará satisfeito, permanecendo o mal estar causado pela dúvida. A vida entre o ciumento e a vítima pode se tornar um verdadeiro martírio. 

A pergunta que muitos ouvintes vão querer fazer é: como “sair de uma situação dessas”? A resposta é: a vítima de ciúme precisa se defender. Ela não pode aceitar ser escravizada pelo ciumento, a menos que queira conscientemente viver a vida nessa condição. 

A vítima do ciúme deve tentar o diálogo com a pessoa doentiamente ciumenta para influenciá-la a buscar ajuda profissional, seja de um médico psiquiatra, que receitará medicamentos, seja se submetendo à psicoterapia para descobrir no inconsciente de sua mente, e na sua história de vida, as causas do seu comportamento.