Rádio Max FM 95.9

PSICANÁLISE PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Houve uma época em que fazer psicoterapia era mal visto pela sociedade e dificilmente alguém admitia publicamente que estivesse em tratamento. Existia o preconceito generalizado de que a psicoterapia era “coisa de doido”.

Os tempos mudaram. Hoje em dia, vemos pessoas se orgulhando por estarem em terapia. Parece até uma questão de status. É “chique” fazer terapia, e, de fato, a psicoterapia tem importantíssima finalidade social, na medida em que, quando bem sucedida e realizada por profissionais competentes, causa mudanças comportamentais nas pessoas, e todos nós sabemos que pessoas tornadas melhores e mais felizes contribuem para o melhoramento da qualidade da sociedade como um todo.

Hoje em dia se faz psicoterapia até em embriões humanos. Essa modalidade terapêutica tem o nome de PSICOEMBRIOLOGIA ou PSICANÁLISE PREVENTIVA PRÉ-NATAL. Resulta no nascimento de bebês psiquicamente mais saudáveis ou menos traumatizados. Esse processo beneficia o bebê e a respectiva mãe, preparando-a psiquicamente para vivenciar o nascimento de seu filho de modo emocionalmente mais equilibrado.

Portanto, do ponto de vista da idade, não há limitações à utilização da psicoterapia em crianças e adolescentes, cada vez mais numerosos nos consultórios de psicólogos e psicanalistas.

A vida moderna se caracteriza por relações sociais mais instáveis. No Brasil, e no mundo em geral, a violência e a criminalidade se tornaram fatores concretos na maneira como vivemos o nosso cotidiano, e, especificamente, como lidamos com os nossos filhos. O terrorismo político e religioso é motivo de preocupação, até mesmo para planejar viagens ao exterior. A corrupção multibilionária em nosso país é motivo de depressão coletiva em parcela considerável da sociedade brasileira. A harmonia familiar é cada vez mais difícil de ser alcançada. Os pais se separam – e estabelecem novas relações - com muita facilidade, e a fragilidade de muitas das relações familiares tem como consequência o comportamento alienado dos filhos, que apresentam sintomas de transtornos de toda ordem. Falarei desses sintomas ao final do programa de hoje.

Entre os fatores incluem-se a insegurança causada pela separação dos pais (dos biológicos ou dos pais sociais, que são os parceiros em novas uniões conjugais dos pais biológicos), a hiperatividade, medos e traumas de todo tipo, como, por exemplo, a síndrome do pânico, problemas de aprendizado na escola, com déficit de atenção, e o consequente baixo rendimento escolar, além, evidentemente, da chamada alienação digital. Outro sintoma da inadequação dos jovens à vida moderna é o alto consumo de drogas, tanto as lícitas quanto as ilícitas.

Para finalizar, quero mencionar 10 aspectos comportamentais dos filhos que permitem aos pais se darem conta da possível necessidade de psicoterapia para os filhos:

·      Agitação;

·      Agressividade;

·      Alimentação;

·      Aprendizado;

·      Comunicação;

·      Estado emocional;

·      Qualidade da comunicação;

·      Medos;

·      Qualidade do sono;

·      Capacidade de socializar.

Como enfrentar medos?

Todos nós seres humanos sentimos medo, algo perfeitamente normal, e que em determinadas situações é até essencial para a nossa sobrevivência. Quando sentimos medo em grau muito elevado, chamamos isso de fobia.

O medo pode ser de algo real e tangível, como, por exemplo, medo de altura, medo de cobras ou insetos, medo de escuro, medo de falar em público, ou medo de confinamento em um espaço pequeno, que chamamos de claustrofobia.

O medo também pode ser em relação a algo que não conseguimos definir com clareza. Por exemplo, o medo de tomar uma decisão, porque não enxergamos as consequências que dela poderão resultar. Ou seja, temos medo de errar, de fracassar, e por isso vivemos a vida na mesma monotonia da rotina de sempre. 

Pense bem, caro ouvinte: quantas vezes você já não perdeu oportunidades na vida porque não teve a coragem de encarar os seus medos, seja quando deixou de se relacionar afetivamente com alguém, ou quando não realizou uma determinada viagem maravilhosa, ou quando deixou passar uma ótima oportunidade de mudar para um emprego melhor.

Devemos encarar os nossos medos, aqueles que nos causam angústia, seguindo um processo de três etapas:

A 1ª etapa é a do diagnóstico: analise o seu medo. Do que você tem medo? Que nome você dá ao seu medo? Quando ele surge? Como ele surge? Há quanto tempo o sente? Ele é repetitivo? Já o tinha na infância? Faça a análise por escrito: lembre-se do Vitamina da semana passada, quando falei da importância de escrevermos cartas para nós mesmos.

Fique imaginando como você se sentirá quando conseguir superar esse medo. Esse pensamento, por si só, já é metade do caminho andado na sua superação, porque passa a ser o objetivo a ser alcançado.

A 2ª etapa consiste em você assumir o controle sobre sua reação ao medo. E como se faz isso? Dedique-se intensamente ao assunto: por exemplo, suponhamos que você tenha medo de aranhas. Procure aprender o máximo possível sobre elas – consulte o Dr. Google e outras fontes.

Veja fotos. Torne o assunto de seu medo algo racional presente em sua cabeça. Pense a respeito. Imagine-se adotando atitudes diferentes ao lidar com o seu medo. E seja persistente. Não desista. Vá à luta. Torne-se um expert no assunto de seu medo.

Na 3ª etapa, transforme o seu medo, que agora então já será um assunto muito bem conhecido por você racionalmente, em um desafio a ser vencido e conscientize-se de que você é capaz de realizar tal proeza. Seja o seu próprio herói. Você já saberá aceitar o seu medo com naturalidade, sem vê-lo como bicho de sete cabeças a lhe causar angústia. O segredo está em aplicar a racionalidade à análise de seu medo. Faça a sua razão ser muito mais forte do que a sua emoção.

Outro método para fazer isso é o que eu chamo de “terapia teatral”: Desempenhe um papel em sua vida como se você fosse um ator de cinema ou de novela, mas com uma diferença essencial: você deve escrever o script, o roteiro do seu papel. Ao criar a sua realidade teatral, você muda o papel desempenhado na peça teatral que é a sua vida. Você se vê sendo capaz de superar o medo porque é o que especifica o roteiro de seu papel. Você verá que na prática, a ficção do seu imaginário se tornará a sua nova realidade.

O Fim do Ano Chegou – Estou Feliz ou Triste? - Comentário Max FM 95.9

Para milhões de pessoas, o fim do ano é tempo de festa, tempo de alegria. Para os cristãos, é tempo de comemorar o nascimento de Cristo, no dia do Natal. Mas, para milhões de outras pessoas, o fim do ano é tempo para melancolia, tristeza e, nos casos mais graves, depressão.

Podemos afirmar que, para todas as pessoas, indistintamente, cada fim de ano é tempo de reflexão sobre a vida. Olhamos para o ano que passou, para as nossas conquistas e nossos fracassos, e nos damos conta, consciente ou inconscientemente, de que envelhecemos mais um ano e de que estamos um pouco mais próximos do fim de nossa existência física neste planeta. Há quem tenha dificuldade em aceitar essa realidade e a melancolia de fim de ano se instala.

Devemos tirar o máximo proveito dessa nossa reflexão sobre o fim do ano, no sentido positivo. Antes de lhes contar como podemos fazer isso, aqui vai o relato de uma situação acontecida num hospício:

Um louco está escrevendo uma carta. Chega um colega e lhe pergunta: e aí, Sebastianildo, o que está fazendo? Responde Sebastianildo: Uai, tou escrevendo uma carta pra mim mesmo. Que legal cara, diz o seu colega, Glorífico. E sobre o que está escrevendo, pergunta Glorífico? Cara, não sei, porque ainda não recebi a carta, responde Sebastianildo. 

Não seremos taxados de loucos se escrevermos cartas para nós mesmos. Aliás, proponho fazer exatamente isso no fim do ano. Devemos, sim, escrever uma carta para nós mesmos. Ela serve para fazermos ajustes à maneira como vivemos a vida, para refletir sobre a experiência adquirida no ano que termina, e para estabelecer metas para o novo ano. A carta nos ajuda a sermos profundos em nossa autoanálise, a vivenciarmos uma sequência de pensamentos que não se perderá na primeira distração de nossa atenção. 

Então, quando escrevemos a carta para nós mesmos, devemos nos perguntar:

1.Quais foram os eventos mais significativos para mim durante o ano que termina?
2.O que aprendi? Que habilidades ou conhecimentos novos tenho agora?
3.O que realizei?
4. O que não realizei ou realizei parcialmente?
5. Onde errei?
6. Evoluí como pessoa? Tornei-me uma pessoa melhor?

Dê a você uma nota que expresse a sua satisfação consigo mesmo.

Concluída a análise do ano que passou, faça um plano de vida para o novo ano. Escreva o que pretende realizar. Feito isso, destrua a carta contendo a análise do ano que passou, para simbolizar o deixar para trás daquilo que já não se pode alterar.

Coloque mini cópias de seu plano de vida em vários locais: na carteira, na bolsa, no criado mudo, enfim, em lugares que lhe permitam lembrar-se do que pretende realizar no novo ano. No ano seguinte, repita o exercício.

Certamente o seu fim de ano será muito mais de alegria do que de tristeza.

Relacionamentos Duradouros - Comentário Max FM 95.9

Você, ouvinte, assim como a maioria das pessoas, vive uma relação social com seu marido, esposa, companheiro ou companheira, namorado ou namorada. E certamente está sempre se perguntando: Sou feliz no meu relacionamento? Se ele não for satisfatório, estará se perguntando o porquê disso e o que você precisa fazer para mudar essa situação, certo?
O casal que vive um relacionamento duradouro costuma passar por 5 fases:

Falemos da 1ª fase: Nela tudo é lindo e maravilhoso. O casal é como uma entidade só, unido pelo amor, pela atração física e mental, pelo respeito e carinho mútuos. Planeja e executa a vida a dois de comum acordo.

Na 2ª fase, o casal se dá conta de que é formado por duas pessoas e de que não é uma entidade única. Os parceiros se conscientizam daquilo que incomoda no outro. Discordam quanto à maneira de viver juntos, sobre como gastar o dinheiro, sobre ter ou não ter filhos, sobre quantos ter e como criar e educá-los, ou sobre como lidar com os filhos de uniões anteriores de um ou do outro parceiro. O relacionamento se torna rotineiro, podem surgir o ciúme doentio e problemas de monotonia e apatia sexuais, que podem resultar no interesse pela satisfação fora do relacionamento.

Na 3ª fase, os parceiros se desenvolvem como indivíduos em ritmos diferentes. Objetivos profissionais e sociais tornam-se a prioridade de um e outro em graus diferentes, principalmente quando a mulher é restrita pelo papel que lhe cabe na educação dos filhos, no ambiente do lar, enquanto o homem vive uma vida independente no mundo externo. O casal pode, então, se alienar. Surgem as crises e as brigas, a desconfiança, e o pior: o casal não mais se comunica. Ambos vivem em mundos separados. 

A 4ª fase se caracteriza pelo saudosismo. Pelo menos um dos parceiros sente falta daquela harmonia que havia no início do relacionamento e procura resgatar o relacionamento. 
Quando isso dá certo, o casal se reconcilia e inicia a 5ª fase, que nada mais é do que a continuidade do relacionamento com novas regras de convivência pactuadas.

O último tópico do meu comentário de hoje diz respeito à COMUNICAÇÃO:

A CONDIÇÃO ESSENCIAL PARA UM RELACIONAMENTO SER DURADOURO É QUE HAJA COMUNICAÇÃO ABERTA E HONESTA ENTRE OS PARCEIROS. Ninguém pode adivinhar os pensamentos do outro. É preciso dizer, de maneira habilidosa, o que nos incomoda no parceiro ou parceira, para poder haver um acordo de reconciliação, ou mesmo de rompimento pacífico, quando não houver condições do casal continuar junto. 

A terapia psicanalítica do casal é um valioso instrumento na tentativa de resgatar a harmonia conjugal. 

 

Perdão - Comentário Max FM 95.9

“Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido”, é uma das frases que falamos quando rezamos o Pai Nosso. Por que será que esta frase aparece até na principal oração dos cristãos? É porque além do amor, o perdão é uma atitude de vital importância para o nosso bem estar psíquico.

Quando perdoamos alguém que nos tenha ofendido, prejudicado ou causado um dano, estamos verdadeiramente nos fazendo um grande favor. Sim, porque quando perdoamos, livramo-nos do rancor e do sentimento de vingança que acompanham a mágoa que sentimos em relação a quem nos ofende ou prejudica. 

Quando perdoamos, libertamo-nos de nossos próprios sentimentos negativos, principalmente da culpa que muitas vezes sentimos por não conseguirmos perdoar. Quando sentimos culpa, sentimos um peso na consciência, que pode nos causar um estado depressivo, neuroses, melancolia, solidão, e até nos dispor a cometermos suicídio em casos de extrema depressão.

Mas, se perdoar nos faz tão bem e é tão importante para obtermos equilíbrio psíquico, por que temos tanta dificuldade em perdoar?  Porque vivemos a ilusão de que ao não perdoarmos o nosso ofensor, nos sentimos superiores a ele. Achamos que estamos lhe dando uma lição de moral e que a nossa recusa em perdoar fará o ofensor se arrepender. Ledo engano. Muitas vezes o ofensor sequer se dá conta de ter-nos ofendido. 

Um outro motivo para não querermos perdoar é porque nos sentimos instintivamente melhores quando estamos zangados com o ofensor. Mas, se queremos realmente perdoar, precisamos dialogar aberta e honestamente com o ofensor. Dizer-lhe claramente que o perdoamos. Quando esse diálogo não é possível, precisamos nos autoconvencer de que o nosso perdão é para valer.

Precisamos, também, saber perdoar a nós mesmos, quando nós formos o ofensor. Isto pode ser emocionalmente mais desafiador do que perdoar a outra pessoa, mas é tão ou mais importante para o nosso bem estar psíquico. 

A psicanálise é um importante instrumento nesse processo de alteração comportamental.

 

Pânico - Comentário Max FM 95.9

A chamada Síndrome do Pânico é diferente das reações normais de medo e ansiedade que todos os seres humanos têm de vez em quando. Quem sente pânico, que surge de repente e sem aviso prévio, sofre com os sintomas, que incluem acelerado batimento cardíaco, suor acentuado, dificuldade respiratória, sensação de engasgamento, dor de estômago e ânsia de vômito, calafrios ou fogachos, tremores, dormência na ponta dos dedos, e a terrível sensação de estar morrendo.

A ciência ainda não descobriu o que desencadeia uma crise de pânico, mas suspeita-se de causas biológicas e genéticas, circunstâncias ambientais, do padrão alimentar da pessoa, do consumo de drogas, do fumo ou do alcoolismo, além de causas associadas ao estresse da vida moderna. 

Quem sofre de crises de pânico sente um medo permanente em relação a quando surgirá a próxima crise, que faz com que essas pessoas chegam a alterar a sua rotina de vida para não serem surpreendidas por uma crise quando estão fora de casa, evitando sentir-se envergonhadas por vivenciarem a crise em um lugar público. Esse tipo de situação tem o nome de agorafobia (o medo de que a crise de pânico ocorra repentinamente, “do nada”, por assim dizer, ou, dito de outro modo, é o medo de ter medo, de estar no meio de uma aglomeração humana e achar que não conseguirá sair dela). 

Atendi em sessões de terapia a uma jovem que tinha crises de pânico sempre que entrava em um avião, o que causava problemas de toda ordem, inclusive atraso na partida do voo, ou a sua expulsão do avião. Em uma dessas crises dentro do avião já em voo, ela somente conseguiu se acalmar quando o comandante permitiu que ficasse na cabine de comando, para superar sua cisma de que o avião iria cair e matar todos a bordo. Uma corajosa, mas controvertida decisão do comandante, que, felizmente, teve um final feliz. 

A Síndrome do Pânico é mais comum em mulheres e pode ser tratada, seja pela medicina, e, portanto, com medicamentos, seja através de psicoterapia, mas, preferivelmente, pela combinação do atendimento médico com o psicoterapêutico. 

No caso de terapia psicanalítica, procura-se identificar na história de vida da pessoa e em seu inconsciente as possíveis causas das crises de pânico. A pessoa é condicionada a aprender a dialogar consigo mesma, para ter mais autocontrole. A alteração do padrão de alimentação, com a redução do consumo ou até a eliminação de itens contendo cafeína (café, chá, bebidas como Coca-Cola, e chocolate) pode ser muito benéfica para diminuir a ocorrência de crises de pânico. Praticar exercícios físicos é obrigatório no processo de cura da Síndrome do Pânico.

 

Hábitos - Comentário Max FM 95.9

Todos nós temos hábitos, tanto bons quanto maus. Sempre que fazemos algo automaticamente, com frequência regular, sem conscientemente pensarmos a respeito, então isso é um hábito. Bons hábitos não nos prejudicam e não prejudicam as pessoas com as quais nos relacionamos. Já os maus hábitos podem fazer mal a nós ou a outras pessoas.

Exemplos de bons hábitos são: sermos corteses e bem educados no trato com outras pessoas, sermos ordeiros e organizados, dirigirmos um veículo prudentemente ou escovarmos os dentes. Exemplos de maus hábitos são: roer as unhas, chegar atrasado para reuniões, xingar e usar palavrões. Sempre que um mau hábito é muito difícil ou até impossível de mudar ou abandonar, o chamamos de vício. Exemplos de vícios são: fumar, consumir bebidas alcoólicas ou drogas. Modernamente, ficar colado no smartphone ou não conseguir sair da internet pode ser um vício em tecnologia.

Shakespeare, o famoso escritor inglês, disse o seguinte: “primeiramente criamos os nossos hábitos, depois os nossos hábitos determinam o nosso comportamento”. Sim, porque eles passam a fazer parte de nossa personalidade, do nosso caráter, enfim, da maneira como vivemos a vida. Somos a expressão de nosso comportamento habitual.

Do ponto de vista da psicanálise, praticamos os nossos maus hábitos e vícios sempre que o prazer que temos fazendo isso é maior do que a dor psíquica, ou seja, a culpa que sentimos por termos aquele mau hábito ou vício. 

Mas, então, fica a pergunta: dá para mudar ou abandonar os nossos maus hábitos? A resposta é sim. E como podemos mudar os nossos maus hábitos ou vícios? 

1.    Descubra por que tem e quando pratica um mau hábito ou vício. Analise o seu mau hábito ou vício conscientemente.

2.    Avalie a sua força de vontade de mudar. Aprenda a dialogar consigo mesmo para impor sua razão às suas emoções e desafie sua capacidade de se impor a você mesmo.

3.    Mude para um hábito alternativo menos prejudicial, fazendo isso conscientemente.

4.    Mude o ambiente ou a rotina de exercer seu mau hábito ou vício.

 

Culpa - Comentário Max FM 95.9

Culpa é uma emoção que sentimos quando estamos convencidos de que causamos algum dano físico ou psíquico a alguém. Esse dano pode ser real ou imaginário. O dano é real quando ele efetivamente ocorre, e é imaginário quando a pessoa causadora do dano apenas imagina que tenha prejudicado alguém. O dano imaginário pode, inclusive, resultar de um estado de anomalia psíquica, como uma alucinação ou uma paranoia, por exemplo. 

A pessoa que sente culpa pode se sentir assim quando contraria seus próprios valores éticos e morais, como por exemplo, quando mente, trapaceia, ou comete uma contravenção ou um crime. Culpa também pode ser sentida quando uma pessoa repete um comportamento que ela tenta evitar. Por exemplo, parar de fumar, de beber, de comer em excesso, ou de trair o parceiro ou a parceira. Quando uma pessoa não consegue evitar repetir seu comportamento danoso, tende a se defender e se justificar, perante terceiros ou perante si mesma, para atenuar a dor psíquica que a culpa causa. 

Sentir culpa é normal e é bom porque quando sentimos culpa nos comportamos de modo a não agir de maneira antissocial, a não causar dano repetido às pessoas com quem nos relacionamos. Quanto maior é o sentimento de culpa, maior é a tendência a não repetir o comportamento que nos causa a sensação de culpa, porque, como já disse, sentir culpa significa sentir dor psíquica, e se existe uma coisa de que não gostamos é sentir dor.

A situação inversa, ou seja, quando sentir culpa não é bom, é quando não conseguimos nos perdoar por termos causado algum dano a alguém. Quando isso acontece, podemos entrar em depressão ou ter um comportamento violento em relação a nós mesmos ou a outras pessoas.
Livrar-nos do sentimento de culpa é muito importante para o nosso equilíbrio psíquico. Uma das maneiras de fazer isso é aprendermos a falar conosco mesmos, para que a nossa racionalidade prevaleça sobre a emocionalidade. Aí, o que acontece, é que nos convencemos racionalmente de que o que fizemos não é tão grave, ou, então, procuramos passar o assunto a limpo, pelo diálogo, com a pessoa a quem causamos dano.

Outra maneira de nos livrarmos do sentimento de culpa é nos submetermos à terapia psicanalítica, cujo foco será, necessariamente, aprendermos a nos perdoar.

 

Ciúme - Comentário Max FM 95.9

Ciúme é o medo de perder alguém a quem se ama para uma terceira pessoa. O ciúme é um sentimento normal, que todos nós sentimos de vez em quando. 

Quando temos ciúme é porque queremos preservar o relacionamento com uma pessoa querida, que pode ser alguém da família, o nosso parceiro ou parceira, um amigo ou uma amiga, enfim, qualquer pessoa a quem queremos bem. 

Pessoas equilibradas lidam com o ciúme de maneira natural. E como elas fazem para se controlar? Ora, elas falam consigo mesmas. Nessa conversa introspectiva, a mente racional da pessoa com ciúme se impõe aos sentimentos emocionais, que criam em sua mente a fantasia da perda da pessoa querida. A razão se impõe à emoção e o ciúme desaparece. Nessa situação, trata-se do ciúme normal. 

Já quando acontece o ciúme doentio, a pessoa ciumenta sente, consciente ou inconscientemente, a ameaça de um rival e procura exercer um controle obsessivo sobre os sentimentos e o comportamento da pessoa que, então, se torna vítima de seu ciúme. A pessoa com ciúme sucumbe à fantasia de estar perdendo a pessoa querida, imaginando que ela esteja se relacionando com a pessoa que ela pensa ser essa rival. Pessoas com ciúme doentio são inseguras e têm baixa autoestima. Falta-lhes autoconfiança. O ciúme muitas vezes resulta em crimes. 

Todos já ouvimos falar em crime passional, não é mesmo? Pessoas com ciúme tentam aprisionar sua vítima, mental e até mesmo fisicamente. Não perdem a oportunidade de restringir a liberdade e invadir a privacidade da vítima. Não toleram que a vítima tenha atividades independentes daquelas exercidas em conjunto com o ciumento. 

O ciumento quer saber quem enviou mensagens para a vítima, que e-mails recebeu e por qual motivo, com quem falou e sobre o que, onde está e a que horas voltará, quem são os amigos e porque os têm. Acha que quando seu parceiro ou parceira se arruma para sair, mesmo que seja para ir trabalhar, está "se arrumando para encontrar o/a amante". Se acontece algum atraso para chegar em casa, por exemplo, é motivo de briga e questionamento, mas por mais que tente aliviar seus sentimentos, o ciumento nunca estará satisfeito, permanecendo o mal estar causado pela dúvida. A vida entre o ciumento e a vítima pode se tornar um verdadeiro martírio. 

A pergunta que muitos ouvintes vão querer fazer é: como “sair de uma situação dessas”? A resposta é: a vítima de ciúme precisa se defender. Ela não pode aceitar ser escravizada pelo ciumento, a menos que queira conscientemente viver a vida nessa condição. 

A vítima do ciúme deve tentar o diálogo com a pessoa doentiamente ciumenta para influenciá-la a buscar ajuda profissional, seja de um médico psiquiatra, que receitará medicamentos, seja se submetendo à psicoterapia para descobrir no inconsciente de sua mente, e na sua história de vida, as causas do seu comportamento.

 

Fofoca - Comentário Max FM 95.9

Existe uma lenda que nos conta que Sócrates, famoso filósofo na Grécia antiga, caminhava pelas ruas de Atenas quando foi abordado por um conhecido seu chamado Alexios.

Disse Alexios a Sócrates:  “Saudações, sábio filósofo. O senhor não imagina o que me contaram a respeito do meu vizinho, o Alexandros”.

Sócrates respondeu: “O que vai me contar sobre Alexandros já passou pelo crivo das três peneiras”? 

- “Peneiras? Que peneiras”, perguntou Alexios. 

“Sim”, disse Sócrates. “A primeira peneira é a da verdade. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro”? 

“Não”, disse Alexios. “O que sei foi o que me contaram”! 

“Então, suas palavras já vazaram pelos furos da primeira peneira”, disse Sócrates. 

“Vamos, então, para a segunda peneira: a da bondade. O que você vai me contar, você gostaria que outras pessoas comentassem a seu respeito”? 

“Não, Sócrates! De jeito nenhum”. 

“Então, suas palavras vazaram também pelos furos da segunda peneira”. 

“Vamos agora para a terceira peneira: a da necessidade. Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa”? 

“Não, Sócrates. Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta daquilo que eu queria lhe contar.”

E Sócrates, sorrindo, concluiu:

“Se passar pelo teste das três peneiras, conte! Tanto eu quanto você e todos que ouvirem a história nos beneficiaremos. Caso contrário, esqueça o assunto. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre as pessoas. Devemos ser sempre a estação final de qualquer comentário discriminador! Da próxima vez que ouvir algo, antes de ceder à tentação de passá-lo adiante, submeta-o ao crivo das três peneiras, por que:

  • Pessoas sábias falam sobre ideias; 
  • Pessoas comuns falam sobre coisas; 
  • Pessoas medíocres falam sobre pessoas.”


Quando respeitamos a verdade e desprezamos a fofoca contribuímos para o nosso nível de felicidade e para a paz e a harmonia em nossas relações sociais.     

 

Felicidade - Comentário Max FM 95.9

Nós seres humanos não sabemos muito bem por que vivemos, por que enfrentamos alegrias e tristezas, por que algumas pessoas são bem sucedidas enquanto outras fracassam, por que algumas sofrem de doenças graves e outras não, por que algumas vivem muitos anos e outras morrem cedo. Enfim, perguntamo-nos por que existem tantas diferenças no destino individual das pessoas. Não sabemos o que nos espera após a morte, e quando pensamos saber, não temos certeza sobre o que seja. 

Procuramos respostas para essas perguntas nas religiões que, aos seus fieis, oferecem conforto, consolo e esperança. Todas as religiões nos recomendam acreditar em uma força superior, que todas chamam de Deus, e nos ensinam a praticar o bem para merecer uma recompensa no mundo espiritual, para onde vamos depois da morte, segundo a pregação de todos os credos. 

Bom, mas o que isso tem a ver com felicidade? 

Já que temos de viver a vida, e diante da incerteza sobre o que vem depois, devemos ter uma meta principal a ser alcançada, uma razão para viver. 
Chamo essa meta de felicidade. Devemos, sim, guiar o nosso comportamento para sermos felizes em nossa jornada na Terra, para poder dizer que a vida valeu a pena viver. 

Existem muitas recomendações sobre como alcançar a felicidade. Hoje, comentarei apenas uma delas: PARE DE TENTAR COMPRAR A FELICIDADE. 

Podemos comprar tudo que o dinheiro que temos nos permite, mas a verdadeira felicidade não pode ser comprada porque ela nada custa. A verdadeira felicidade é AMAR, é RIR, é FAZER O QUE SE GOSTA. Não nascemos sabendo como VIVER A VIDA COM ALEGRIA, mas podemos aprender, e a terapia psicanalítica é um dos instrumentos disponíveis

Bullying - Comentário Max FM 95.9

Hoje o meu comentário será sobre bullying. A palavra bully, em inglês, significa valentão ou brigão, e o bullying, então, é uma agressão verbal ou física, feita repetidamente, por pelo menos uma pessoa, contra um colega do mesmo grupo social. Normalmente, o bullying acontece na escola ou no ambiente de trabalho. 

Tanto o agente quanto a vítima têm algo em comum. Ambos têm um problema de autoestima. Ambos não estão em harmonia consigo mesmos. 

O agente do bullying tem a necessidade de se auto afirmar, de se sobressair, de extravasar sua agressividade à custa do sofrimento da vítima. Sente prazer em abusar da vítima, que é física ou psiquicamente mais fraca do que o agente.  

Já a vítima costuma ter um complexo de inferioridade, em virtude de alguma anomalia física ou comportamental. Por exemplo, por ser gordo, feio, alto ou baixo, por gaguejar, ou por ser manco. O bullying pode, também, ter motivação racial, religiosa, sexual, de nacionalidade, ou de etnia.

Em termos de consequências do bullying, a vítima poderá sofrer de depressão ou estresse e tornar-se uma pessoa solitária e traumatizada. Poderá vir a abandonar a escola ou o emprego, e em casos extremos, tornar-se um suicida. 

Já o agente do bullying, se não tiver o seu comportamento freado, poderá evoluir para tornar-se um delinquente ou criminoso. Exemplos de crimes assim cometidos são atos de homofobia ou casos de agressão física e até de assassinato de mendigos, índios, minorias raciais, ou pessoas diferentes da maioria social. 

O bullying deve ser combatido energicamente, não pela punição, mas, sim, pela educação, pela mudança de comportamento. A terapia psicanalítica é uma ferramenta para a mudança comportamental, tanto de agentes, quanto de vítimas. 

Suicídio - Comentário Max FM 95.9

O meu comentário de hoje é sobre um assunto que sempre causa forte emoção: falarei sobre suicídio.

A pessoa que se mata toma uma decisão radical – a última decisão racional de sua vida. O suicida sucumbe ao desespero de não enxergar solução para os problemas reais ou imaginários que enfrenta. A dor psíquica causada por esses problemas é muito forte. Forte demais para querer viver, e mais forte do que o maior de nossos medos – que é o medo de não saber, ou de não ter certeza, sobre o que nos acontece após a morte.

Freud, o criador da Psicanálise, dizia que todo ser humano vive uma constante luta interna entre duas forças: uma, ele chamou de pulsão de vida, aquela força que nos faz querer viver, amar, ter objetivos, e lutar para alcançá-los. 

A outra força ele chamou de pulsão de morte, que é uma energia negativa, que faz com que queremos nos autodestruir. 

Quando sucumbimos à mais dolorosa tristeza, que é a depressão, ou quando não resistimos ao vício das bebidas alcoólicas, do fumo, ou das drogas, ou até mesmo quando nos comportamos de modo a colocar em risco a nossa vida, como por exemplo, praticando esportes radicais, então cedemos à pulsão de morte. 

Esse desejo destrutivo é, quase sempre, inconsciente, ou seja, não nos damos conta de que temos dentro de nós essa vontade de autodestruição, embora o suicídio em si seja um ato consciente. 

Somos 7 bilhões e 200 milhões de habitantes no planeta. Segundo a Organização Mundial de Saúde, uma pessoa se mata a cada 40 segundos. São 800.000 pessoas por ano, com 75% dessas mortes acontecendo nos países emergentes ou pobres, aí incluído o Brasil. Por aqui, são praticamente 12.000 pessoas que se matam por ano. O Brasil aparece em 8º lugar na estatística internacional.

E o que fazer a respeito? A esperança é descobrir a tempo que uma pessoa tem tendência suicida e ajudá-la enquanto não for tarde demais. A terapia psicanalítica é uma dessas formas de ajuda.