Existe uma lenda que nos conta que Sócrates, famoso filósofo na Grécia antiga, caminhava pelas ruas de Atenas quando foi abordado por um conhecido seu chamado Alexios.
Disse Alexios a Sócrates: “Saudações, sábio filósofo. O senhor não imagina o que me contaram a respeito do meu vizinho, o Alexandros”.
Sócrates respondeu: “O que vai me contar sobre Alexandros já passou pelo crivo das três peneiras”?
- “Peneiras? Que peneiras”, perguntou Alexios.
“Sim”, disse Sócrates. “A primeira peneira é a da verdade. Você tem certeza de que o que vai me contar é absolutamente verdadeiro”?
“Não”, disse Alexios. “O que sei foi o que me contaram”!
“Então, suas palavras já vazaram pelos furos da primeira peneira”, disse Sócrates.
“Vamos, então, para a segunda peneira: a da bondade. O que você vai me contar, você gostaria que outras pessoas comentassem a seu respeito”?
“Não, Sócrates! De jeito nenhum”.
“Então, suas palavras vazaram também pelos furos da segunda peneira”.
“Vamos agora para a terceira peneira: a da necessidade. Você acha mesmo necessário contar-me esse fato, ou mesmo passá-lo adiante? Resolve alguma coisa? Ajuda alguém? Melhora alguma coisa”?
“Não, Sócrates. Passando pelo crivo das três peneiras, compreendi que nada me resta daquilo que eu queria lhe contar.”
E Sócrates, sorrindo, concluiu:
“Se passar pelo teste das três peneiras, conte! Tanto eu quanto você e todos que ouvirem a história nos beneficiaremos. Caso contrário, esqueça o assunto. Será uma fofoca a menos para envenenar o ambiente e fomentar a discórdia entre as pessoas. Devemos ser sempre a estação final de qualquer comentário discriminador! Da próxima vez que ouvir algo, antes de ceder à tentação de passá-lo adiante, submeta-o ao crivo das três peneiras, por que:
- Pessoas sábias falam sobre ideias;
- Pessoas comuns falam sobre coisas;
- Pessoas medíocres falam sobre pessoas.”
Quando respeitamos a verdade e desprezamos a fofoca contribuímos para o nosso nível de felicidade e para a paz e a harmonia em nossas relações sociais.