Pânico - Comentário Max FM 95.9

A chamada Síndrome do Pânico é diferente das reações normais de medo e ansiedade que todos os seres humanos têm de vez em quando. Quem sente pânico, que surge de repente e sem aviso prévio, sofre com os sintomas, que incluem acelerado batimento cardíaco, suor acentuado, dificuldade respiratória, sensação de engasgamento, dor de estômago e ânsia de vômito, calafrios ou fogachos, tremores, dormência na ponta dos dedos, e a terrível sensação de estar morrendo.

A ciência ainda não descobriu o que desencadeia uma crise de pânico, mas suspeita-se de causas biológicas e genéticas, circunstâncias ambientais, do padrão alimentar da pessoa, do consumo de drogas, do fumo ou do alcoolismo, além de causas associadas ao estresse da vida moderna. 

Quem sofre de crises de pânico sente um medo permanente em relação a quando surgirá a próxima crise, que faz com que essas pessoas chegam a alterar a sua rotina de vida para não serem surpreendidas por uma crise quando estão fora de casa, evitando sentir-se envergonhadas por vivenciarem a crise em um lugar público. Esse tipo de situação tem o nome de agorafobia (o medo de que a crise de pânico ocorra repentinamente, “do nada”, por assim dizer, ou, dito de outro modo, é o medo de ter medo, de estar no meio de uma aglomeração humana e achar que não conseguirá sair dela). 

Atendi em sessões de terapia a uma jovem que tinha crises de pânico sempre que entrava em um avião, o que causava problemas de toda ordem, inclusive atraso na partida do voo, ou a sua expulsão do avião. Em uma dessas crises dentro do avião já em voo, ela somente conseguiu se acalmar quando o comandante permitiu que ficasse na cabine de comando, para superar sua cisma de que o avião iria cair e matar todos a bordo. Uma corajosa, mas controvertida decisão do comandante, que, felizmente, teve um final feliz. 

A Síndrome do Pânico é mais comum em mulheres e pode ser tratada, seja pela medicina, e, portanto, com medicamentos, seja através de psicoterapia, mas, preferivelmente, pela combinação do atendimento médico com o psicoterapêutico. 

No caso de terapia psicanalítica, procura-se identificar na história de vida da pessoa e em seu inconsciente as possíveis causas das crises de pânico. A pessoa é condicionada a aprender a dialogar consigo mesma, para ter mais autocontrole. A alteração do padrão de alimentação, com a redução do consumo ou até a eliminação de itens contendo cafeína (café, chá, bebidas como Coca-Cola, e chocolate) pode ser muito benéfica para diminuir a ocorrência de crises de pânico. Praticar exercícios físicos é obrigatório no processo de cura da Síndrome do Pânico.