O meu comentário de hoje é sobre um assunto que sempre causa forte emoção: falarei sobre suicídio.
A pessoa que se mata toma uma decisão radical – a última decisão racional de sua vida. O suicida sucumbe ao desespero de não enxergar solução para os problemas reais ou imaginários que enfrenta. A dor psíquica causada por esses problemas é muito forte. Forte demais para querer viver, e mais forte do que o maior de nossos medos – que é o medo de não saber, ou de não ter certeza, sobre o que nos acontece após a morte.
Freud, o criador da Psicanálise, dizia que todo ser humano vive uma constante luta interna entre duas forças: uma, ele chamou de pulsão de vida, aquela força que nos faz querer viver, amar, ter objetivos, e lutar para alcançá-los.
A outra força ele chamou de pulsão de morte, que é uma energia negativa, que faz com que queremos nos autodestruir.
Quando sucumbimos à mais dolorosa tristeza, que é a depressão, ou quando não resistimos ao vício das bebidas alcoólicas, do fumo, ou das drogas, ou até mesmo quando nos comportamos de modo a colocar em risco a nossa vida, como por exemplo, praticando esportes radicais, então cedemos à pulsão de morte.
Esse desejo destrutivo é, quase sempre, inconsciente, ou seja, não nos damos conta de que temos dentro de nós essa vontade de autodestruição, embora o suicídio em si seja um ato consciente.
Somos 7 bilhões e 200 milhões de habitantes no planeta. Segundo a Organização Mundial de Saúde, uma pessoa se mata a cada 40 segundos. São 800.000 pessoas por ano, com 75% dessas mortes acontecendo nos países emergentes ou pobres, aí incluído o Brasil. Por aqui, são praticamente 12.000 pessoas que se matam por ano. O Brasil aparece em 8º lugar na estatística internacional.
E o que fazer a respeito? A esperança é descobrir a tempo que uma pessoa tem tendência suicida e ajudá-la enquanto não for tarde demais. A terapia psicanalítica é uma dessas formas de ajuda.