PSICANÁLISE PARA CRIANÇAS E ADOLESCENTES

Houve uma época em que fazer psicoterapia era mal visto pela sociedade e dificilmente alguém admitia publicamente que estivesse em tratamento. Existia o preconceito generalizado de que a psicoterapia era “coisa de doido”.

Os tempos mudaram. Hoje em dia, vemos pessoas se orgulhando por estarem em terapia. Parece até uma questão de status. É “chique” fazer terapia, e, de fato, a psicoterapia tem importantíssima finalidade social, na medida em que, quando bem sucedida e realizada por profissionais competentes, causa mudanças comportamentais nas pessoas, e todos nós sabemos que pessoas tornadas melhores e mais felizes contribuem para o melhoramento da qualidade da sociedade como um todo.

Hoje em dia se faz psicoterapia até em embriões humanos. Essa modalidade terapêutica tem o nome de PSICOEMBRIOLOGIA ou PSICANÁLISE PREVENTIVA PRÉ-NATAL. Resulta no nascimento de bebês psiquicamente mais saudáveis ou menos traumatizados. Esse processo beneficia o bebê e a respectiva mãe, preparando-a psiquicamente para vivenciar o nascimento de seu filho de modo emocionalmente mais equilibrado.

Portanto, do ponto de vista da idade, não há limitações à utilização da psicoterapia em crianças e adolescentes, cada vez mais numerosos nos consultórios de psicólogos e psicanalistas.

A vida moderna se caracteriza por relações sociais mais instáveis. No Brasil, e no mundo em geral, a violência e a criminalidade se tornaram fatores concretos na maneira como vivemos o nosso cotidiano, e, especificamente, como lidamos com os nossos filhos. O terrorismo político e religioso é motivo de preocupação, até mesmo para planejar viagens ao exterior. A corrupção multibilionária em nosso país é motivo de depressão coletiva em parcela considerável da sociedade brasileira. A harmonia familiar é cada vez mais difícil de ser alcançada. Os pais se separam – e estabelecem novas relações - com muita facilidade, e a fragilidade de muitas das relações familiares tem como consequência o comportamento alienado dos filhos, que apresentam sintomas de transtornos de toda ordem. Falarei desses sintomas ao final do programa de hoje.

Entre os fatores incluem-se a insegurança causada pela separação dos pais (dos biológicos ou dos pais sociais, que são os parceiros em novas uniões conjugais dos pais biológicos), a hiperatividade, medos e traumas de todo tipo, como, por exemplo, a síndrome do pânico, problemas de aprendizado na escola, com déficit de atenção, e o consequente baixo rendimento escolar, além, evidentemente, da chamada alienação digital. Outro sintoma da inadequação dos jovens à vida moderna é o alto consumo de drogas, tanto as lícitas quanto as ilícitas.

Para finalizar, quero mencionar 10 aspectos comportamentais dos filhos que permitem aos pais se darem conta da possível necessidade de psicoterapia para os filhos:

·      Agitação;

·      Agressividade;

·      Alimentação;

·      Aprendizado;

·      Comunicação;

·      Estado emocional;

·      Qualidade da comunicação;

·      Medos;

·      Qualidade do sono;

·      Capacidade de socializar.