Como enfrentar medos?

Todos nós seres humanos sentimos medo, algo perfeitamente normal, e que em determinadas situações é até essencial para a nossa sobrevivência. Quando sentimos medo em grau muito elevado, chamamos isso de fobia.

O medo pode ser de algo real e tangível, como, por exemplo, medo de altura, medo de cobras ou insetos, medo de escuro, medo de falar em público, ou medo de confinamento em um espaço pequeno, que chamamos de claustrofobia.

O medo também pode ser em relação a algo que não conseguimos definir com clareza. Por exemplo, o medo de tomar uma decisão, porque não enxergamos as consequências que dela poderão resultar. Ou seja, temos medo de errar, de fracassar, e por isso vivemos a vida na mesma monotonia da rotina de sempre. 

Pense bem, caro ouvinte: quantas vezes você já não perdeu oportunidades na vida porque não teve a coragem de encarar os seus medos, seja quando deixou de se relacionar afetivamente com alguém, ou quando não realizou uma determinada viagem maravilhosa, ou quando deixou passar uma ótima oportunidade de mudar para um emprego melhor.

Devemos encarar os nossos medos, aqueles que nos causam angústia, seguindo um processo de três etapas:

A 1ª etapa é a do diagnóstico: analise o seu medo. Do que você tem medo? Que nome você dá ao seu medo? Quando ele surge? Como ele surge? Há quanto tempo o sente? Ele é repetitivo? Já o tinha na infância? Faça a análise por escrito: lembre-se do Vitamina da semana passada, quando falei da importância de escrevermos cartas para nós mesmos.

Fique imaginando como você se sentirá quando conseguir superar esse medo. Esse pensamento, por si só, já é metade do caminho andado na sua superação, porque passa a ser o objetivo a ser alcançado.

A 2ª etapa consiste em você assumir o controle sobre sua reação ao medo. E como se faz isso? Dedique-se intensamente ao assunto: por exemplo, suponhamos que você tenha medo de aranhas. Procure aprender o máximo possível sobre elas – consulte o Dr. Google e outras fontes.

Veja fotos. Torne o assunto de seu medo algo racional presente em sua cabeça. Pense a respeito. Imagine-se adotando atitudes diferentes ao lidar com o seu medo. E seja persistente. Não desista. Vá à luta. Torne-se um expert no assunto de seu medo.

Na 3ª etapa, transforme o seu medo, que agora então já será um assunto muito bem conhecido por você racionalmente, em um desafio a ser vencido e conscientize-se de que você é capaz de realizar tal proeza. Seja o seu próprio herói. Você já saberá aceitar o seu medo com naturalidade, sem vê-lo como bicho de sete cabeças a lhe causar angústia. O segredo está em aplicar a racionalidade à análise de seu medo. Faça a sua razão ser muito mais forte do que a sua emoção.

Outro método para fazer isso é o que eu chamo de “terapia teatral”: Desempenhe um papel em sua vida como se você fosse um ator de cinema ou de novela, mas com uma diferença essencial: você deve escrever o script, o roteiro do seu papel. Ao criar a sua realidade teatral, você muda o papel desempenhado na peça teatral que é a sua vida. Você se vê sendo capaz de superar o medo porque é o que especifica o roteiro de seu papel. Você verá que na prática, a ficção do seu imaginário se tornará a sua nova realidade.