O que Aconteceu a Cuba?

CUBA: JÁ FOI UMA NAÇÃO GRANDIOSA!

Poucas pessoas sabem que Cuba já foi uma das nações mais modernas do mundo. Tudo mudou em 1959, quando a revolução socialista de Fidel Castro iniciou a destruição da nação e tornou o país um campo de concentração para o seu povo. Qualquer semelhança com o Brasil da atualidade não é mera coincidência. Veja a apresentação abaixo. 

Obs.: apresentação em Espanhol.

FANATISMO – AMEAÇA À PAZ SOCIAL

“O fanatismo é a única saída para as dúvidas que não cessam de provocar a alma do ser humano.”

Paulo Coelho, em seu livro “O Zahir”.

 

A condução sob coerção do cidadão Lula da Silva para prestar esclarecimentos à Justiça transformou o fato em espetáculo mediático e os jornais televisivos mostraram a milhões de brasileiros, e ao mundo todo, que não há consenso de opiniões nem a favor e nem contra o ex-presidente do Brasil. Ocorreram confrontos entre cidadãos de opiniões divergentes, com moderada violência em várias cidades brasileiras e houve agressões a representantes da mídia. Essa situação ensejou que o Alto Comando do Exército se posicionasse com relação ao papel que poderá ter de cumprir para garantir a ordem social, à medida que os ânimos e as expectativas quanto ao desfecho da chamada “Operação Lava Jato” venham a escalonar. A convocação dos cidadãos nas redes sociais para se manifestarem contra “tudo isso que está aí”, no próximo dia 13 de março, poderá servir de palco para um embate entre fanáticos em campos opostos.

Na história da humanidade, o fanatismo religioso, político, étnico, ou simplesmente competitivo, contabiliza centenas de milhões de vítimas – o resultado de duelos entre indivíduos ou de conflitos entre grupos, culminando em guerras, genocídios, extermínios, expurgos e disputas de toda ordem, ainda que manifestos em mera briga de torcidas esportivas.

O fanático, ou seja, o fã extremado, é antes de tudo um narcisista, que busca escapar de sua solidão psíquica elegendo uma causa por objetivo, à qual possa se dedicar radicalmente. Quando consegue socializar na busca dessa causa integra-se às hordas de fanáticos em movimentos sociais como o nazismo, o comunismo, as legiões de combatentes do Estado Islâmico, as agremiações políticas de viés ideológico totalitário, ou tornando-se um guerreiro, e, às vezes, um mártir em alguma “guerra de fé”.

O fanático é teimoso, obstinado, dogmático, que nega a realidade objetiva. Despreza a tolerância e a divergência de opinião, que vê como fraqueza, resignação ou submissão. Exercer a intelectualidade para que resulte no respeito à opinião divergente é inaceitável para o fanático. Não sabe negociar um compromisso. Para ele, tudo é branco ou preto, desgraça ou dádiva, amigo ou inimigo. Não existe nada entre os extremos. O fanático é imune a dúvidas e não sofre de hesitação. Nunca se depara com problemas difíceis porque a solução é um decreto governamental ou a bala de uma arma de fogo. O fanático se impõe pela força e se interessa apenas pelo resultado e não pelo caminho para alcançá-lo. Está disposto a pagar qualquer preço para atingir o seu objetivo, embora prefira que “os outros” paguem esse preço.

À sociedade cabe defender-se dos fanáticos, mas só existe uma maneira de fazê-lo: é combatendo a costumeira indiferença diante das ações empreendidas pelos fanáticos. Isso se consegue através da Educação, do esclarecimento, do exercício pleno da cidadania e do senso crítico, recorrendo à memória para aprender as lições que a História nos ensina. Tarefa árdua, permanente e de sucesso duvidoso, infelizmente.

Eu gostaria muito que a solução da crise política brasileira ocorresse sem o confronto de cidadãos em nível de fanatismo e de radicalizações.

Saber Mudar é Preciso

Aprendi ao longo dos meus 67 anos de idade que a vida é imprevisível, cheia de surpresas, e que é preciso saber lidar com as mudanças que a vida nos impõe, algumas voluntariamente desejadas e aceitas por nós, outras impostas e alheias à nossa vontade, à nossa intuição, e aos nossos propósitos.

Fui genética, educacional e culturalmente condicionado a ser um indivíduo obediente e passivo na manada humana. Portanto, não tenho o perfil de um revolucionário, reformador, rebelde ou contestador do “status quo”. Passei mais da metade da minha vida nessa condição, certamente enquanto atuei como executivo de empresas, sempre na condição de empregado, por mais qualificado que fosse, e, portanto, subordinado a alguém “superior” a mim, ao menos do ponto de vista da hierarquia. 

A minha “libertação” ocorreu com a mudança profissional, de administrador de empresas a tradutor e psicanalista, processo esse ocorrido nas últimas duas décadas. Aprendi, talvez tardiamente, que a força para mudar está em cada um de nós, em nossa força de vontade e na capacidade de nos auto enxergarmos porquanto seres únicos, de potencial absolutamente ilimitado.

A condição de subserviência social é comum à maioria das pessoas, que passivamente aceita a sua condição social como sendo “obra do destino”, o resultado de “forças externas”, quando não se consolam na “vontade divina” que as condena a viver uma vida de subjugados. Não se dão conta de que a maioria da humanidade vive “ao Deus dará”, alheia à força humana inata que tem.

Essa realidade se reflete no comportamento coletivo das sociedades. As massas humanas são, em maior ou menor grau, manipuladas por seus “governantes”, pelos “donos do poder”, que têm a capacidade de influenciar, quando não de determinar o comportamento das sociedades nacionais e da própria sociedade mundial, como resultado do processo da globalização. Aliás, a desalentadora realidade política e econômica do Brasil da atualidade é um exemplo cabal dessa assertiva, com a nação se dando conta de que foi iludida, enganada, roubada, e que ainda terá de pagar a conta de uma dívida pública praticamente impagável. 

Mas, como podemos mudar o nosso comportamento diante das inevitáveis mudanças na vida? É preciso ter consciência de que elas fazem parte da vida e ter a mente aberta para nos ajustarmos a elas, agindo proativamente para influenciá-las à nossa conveniência. É preciso lidar com as mudanças no contexto de objetivos individuais que precisamos estipular. É preciso racionalizar o nosso medo inato de não conseguir lidar com as mudanças, dando espaço à necessária coragem para enfrentá-las. É preciso aprender a ouvir a nossa voz interna, no diálogo conosco mesmos. É preciso nos auto congratular quando logramos mudar o nosso comportamento consciente resultante das mudanças, porque, afinal, demos mais um passo rumo à felicidade, a meta maior de todos nós na vida. 

Artigo publicado no Boletim da Academia Juvenil de Letras de Itajubá, MG, edição de fevereiro de 2016

A Força Destrutiva do Ciúme

Ciúme é o medo de perder emocionalmente alguém a quem se ama para outra pessoa. O ciúme é um sentimento normal, que todos sentimos de vez em quando.

Quando somos acometidos por esse sentimento potencialmente destruidor, é porque queremos preservar o relacionamento com uma pessoa querida, que pode ser um membro de nossa família, o nosso parceiro ou parceira, um amigo ou uma amiga, enfim, uma pessoa a quem queremos muito bem.

Pessoas equilibradas lidam com o ciúme de maneira natural. E como elas fazem isso? Falando consigo mesmas. Nessa conversa introspectiva, a mente racional da pessoa com ciúme se impõe às emoções, que criam em sua mente a fantasia da perda da pessoa querida. Quando a reflexão é bem sucedida, o ciúme “normal” desaparece porque é analisado de uma perspectiva racional.

Já quando acontece o ciúme “doentio”, irracional, a pessoa ciumenta sente, consciente ou inconscientemente, a ameaça de um rival e procura exercer um controle obsessivo sobre os sentimentos e o comportamento da pessoa que, então, se torna vítima de seu ciúme. A pessoa com ciúme sucumbe à fantasia de estar perdendo a pessoa querida, imaginando que ela esteja se relacionando com a pessoa que ela pensa ser essa rival. Pessoas com ciúme doentio são inseguras e têm baixa autoestima. Falta-lhes autoconfiança.

O ciúme pode resultar em crimes. Todos já ouvimos falar em crime passional, não é mesmo? Pessoas com ciúme doentio tentam aprisionar sua vítima mentalmente e até mesmo fisicamente. Não perdem a oportunidade de restringir a liberdade e invadir a privacidade da vítima. Não toleram que a vítima tenha atividades independentes daquelas exercidas em conjunto com o ciumento.

O ciumento quer saber quem enviou mensagens para a vítima, que e-mails recebeu e por qual motivo, com quem falou e sobre o quê, onde está e a que horas voltará, quem são os amigos e porque os têm. Acha que quando seu parceiro ou parceira se arruma para sair, mesmo que seja para ir trabalhar, está se arrumando para encontrar “o outro”. Se acontece algum atraso para chegar em casa, por exemplo, isso pode ser motivo de briga e questionamento, mas por mais que tente aliviar seus sentimentos, o ciumento nunca estará satisfeito, permanecendo o mal estar causado pela dúvida. A vida comum entre o ciumento e a vítima pode se tornar um verdadeiro martírio, e, frequentemente, o ciúme resulta no término de um relacionamento, casamento ou amizade.

A pergunta que muitos leitores se farão é: como sair de uma situação dessas? A resposta é: a vítima de ciúme sistemático precisa se defender. Ela não pode aceitar ser escravizada pelo ciumento, a menos que queira conscientemente viver a vida nessa condição de subjugação. 
A vítima do ciúme deve tentar o diálogo com a pessoa doentiamente ciumenta para influenciá-la a buscar ajuda profissional, seja de um médico psiquiatra, que poderá receitar medicamentos, seja se submetendo à psicoterapia para descobrir no inconsciente de sua mente, e na sua história de vida, as causas do seu comportamento.

É preciso fazer o ciumento ver que ninguém deve ser dono de ninguém. 

 

A OUTRA FACE DE BENNO (BEN) FRANZ KIALKA

Além de minha atividade como psicanalista, há 17 anos atuo como tradutor profissional nos idiomas alemão, inglês e português do Brasil.

Inicialmente, co-fundei a empresa Linkwork Tradutores & Intérpretes Associados Ltda., em São Paulo, que, nos 12 anos de sua existência, atendeu a mais de 1.000 empresas e pessoas físicas no Brasil e no exterior. A seguir, com a dissolução dessa sociedade comercial, criei a BeKom Comunicação Internacional Ltda., também em São Paulo, que existiu como empresa entre 2009 e 2015. Atualmente, continuo a exercer a atividade de tradutor por meio da empresa BenFranz Comunicação Ltda., sediada em Itajubá, MG, cujo objeto social contempla essa modalidade de atividade profissional, desenvolvida de forma seletiva nos intervalos entre sessões de terapia psicanalítica.

Minha atividade visa a fornecer trabalhos escritos de qualidade diferenciada ao mercado, o que só é possível para quem de fato possui fluência nos referidos idiomas. O trabalho eventualmente também contempla textos “juramentados”, por força de acordos de cooperação com profissionais habilitados pelas Juntas Comerciais dos respectivos estados em que residem.

Para mais informações sobre “traduções que fazem sentido”, o slogan da BeKom, veja o site www.bekom.com.br.

DESAFIO À IMAGINAÇÃO

Somos aproximadamente 7 bilhões e 300 milhões de pessoas vivendo na Terra. Esse número aumenta à razão de 80.000 indivíduos por dia (nasce o dobro de pessoas do que a quantidade das que morrem). A espécie humana é uma entre 8,7 milhões de espécies de seres vivos catalogadas pela Ciência, mas sabemos que existem espécies que ainda não descobrimos. A Terra é um entre 8 planetas por nós conhecidos, que orbitam em torno do “nosso” sol, que é apenas uma estrela entre pelo menos outras 100 bilhões identificadas em “nossa” galáxia, chamada de Via Láctea, que é apenas uma entre mais de 200 bilhões de galáxias “visíveis” aos telescópios, satélites e sondas espaciais dos humanos. É esse o nosso mundo cósmico, cuja dimensão é estimada em 13,8 bilhões de anos luz (um ano luz corresponde à distância percorrida pela luz, em um ano, no vácuo, à velocidade de 360.000 km por segundo). Segundo a teoria da Física vigente, todo esse universo teria surgido de uma explosão (chamada de “Big Bang”) de energia densamente concentrada. A expansão da energia resultante continua rumo ao infinito.

Há milênios, perguntamo-nos se existe “vida” em outros corpos celestiais. Oficialmente, a humanidade não sabe se existe. Suspeita-se que os governos de alguns poucos países disponham de evidências de vida em outros lugares desse gigantesco mundo cósmico e que haveria a existência de seres extraterrestres, que, inclusive, disporiam de avançada tecnologia de locomoção intergaláctica. Se essas informações de fato existirem, e se forem verdadeiras, são guardadas “a sete chaves”. A humanidade criou um folclore em torno do assunto, que alimenta a nossa imaginação.

Hoje, eu gostaria de atiçar essa imaginação um pouco mais. Sabemos que a vida na Terra somente é possível porque a distância que nos separa do “nosso” sol é a “distância certa”. Se estivéssemos mais longe do sol, a água congelaria e muitas, ou talvez todas as formas de vida não poderiam existir. Se estivéssemos mais perto do sol, a água evaporaria, o calor seria insuportável e também poderia não haver vida na Terra. Aliás, a Convenção do Clima (“COP-21”) promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que reuniu representantes de 195 países e foi recentemente concluída em Paris, visava a deliberar sobre meios para evitar que o aquecimento global do nosso planeta passe de dois graus centígrados.

A Via Láctea, a “nossa” galáxia, mede 100.000 anos luz. Nela, cientistas já descobriram a existência de 921 planetas, que orbitam em torno de outras estrelas (sóis). Portanto, como existem centenas de bilhões de galáxias, contendo centenas de bilhões de estrelas, e já que muitas dessas estrelas têm planetas orbitando ao seu redor, podemos concluir que, muito provavelmente, existam “bilhões de bilhões” de planetas no universo sideral. Para expressar essa quantidade matematicamente: 1.000.000.000.000.000.000 (o número 1, seguido de 18 zeros!!!). Nem sei que nome dar a esse número.

Façamos um exercício de raciocínio: se, muito possivelmente, existam bilhões de planetas, será que apenas o planeta Terra reúne condições físicas para abrigar formas de vida? Será que não existem outros milhares, milhões ou até bilhões de planetas que estão a uma distância “ideal” de seus respectivos sóis? Suponhamos que apenas 1% dos planetas estejam a essa distância ideal. Isso significaria que existiriam no universo 10.000.000.000.000.000 (o número 1, seguido de 15 zeros) planetas como a Terra, localizados a uma “distância viabilizadora de vida” em relação aos respectivos sóis. Imaginemos, agora, que “alguns” desses planetas contenham água e outros elementos físicos que tenham permitido o surgimento de formas de “vida”. Suponhamos que em apenas 1 planeta em cada 1 bilhão de planetas se encontre “vida”. Teríamos, então, hipoteticamente, a existência de “vida”, como nós a conhecemos, em pelo menos 1 milhão de planetas existentes no universo.

Isso parece absolutamente fantasioso, surreal, inimaginável? Pois bem. Diminuamos a nossa presunção de 1% para 0,01%. Ainda assim, teríamos “vida” existindo, em tese, em 1.000 planetas como o nosso planeta Terra.

Como não temos evidências “científicas” da existência de vida em outros corpos celestiais, a humanidade pode continuar a pensar que “nós” e a “nossa civilização” somos o “centro” do universo. Todo o nosso sistema de crenças religiosas se baseia nessa premissa: somente “nós” (os seres na nossa Terra) existimos como formas de vida nesse universo cósmico.

A mente humana é capaz de gradativamente desvendar os mistérios do mundo, mas ainda não sabemos, pelo menos oficialmente, se existe vida fora da Terra. Também não sabemos, ou não temos certeza, de que exista uma sobrevida do espírito humano após a morte do nosso corpo físico. Essa dúvida nos faz acreditar em “Algo” superior, que, por sua vez, nos consola na angústia de nossa finitude.

Quando aprendemos a aceitar a nossa “insignificância” relativa diante das dimensões do universo cósmico, deixamos de nos angustiar com as nossas “dúvidas existenciais” e abrimos o caminho para uma vida mais feliz, em harmonia com o nosso mundo.

Que assim seja o ano de 2016 para todos nós!

Liga, Desliga

Somos os donos do nosso destino, de nossa felicidade. Quando aprendemos a analisar os nossos pensamentos, transformando-os de predominantemente inconscientes em conscientes, conseguimos planejar o nosso comportamento, mudando-o em conformidade com a nossa força de vontade racional.

Esse viver conscientemente permite que a nossa racionalidade se imponha à nossa emocionalidade e, por consequência disso, que a qualidade de nossa vida melhore, porque deixamos de nos sujeitar passivamente a influências externas, que muitas vezes preferiríamos que não houvesse, e das quais não sabemos nos defender. Passamos a questionar essas influências, a analisá-las, aceitá-las ou rejeitá-las. O critério de ligar ou desligar o “botão de decidir” sobre qual rumo tomar em nossa vida passa, então, para o nosso domínio.

Passamos a ser o autor da peça teatral que, por analogia, é a nossa vida. Definimos o papel que queremos desempenhar e planejamos até nos mínimos detalhes o comportamento que queremos ter na vida.

Em recente conversa com um médico conhecido meu, perguntei-lhe como ele fazia para ligar/desligar o “botão da atividade médica”, para que a negatividade de conviver diariamente com o sofrimento humano e até com o fenômeno da morte inevitável não contaminasse a “normalidade emocional” de seu estado de espírito.

A resposta dele foi: “o meu ‘botão de liga/desliga’ é o meu jaleco. Ao sair do trabalho, tiro-o e deixo-o no carro. Não entro em casa usando-o. É como se eu tivesse duas identidades; a de médico e a de cidadão comum. Quando visto o jaleco, ligo o botão na opção médico. Desligo-o quando tiro o jaleco.”

Precisamos descobrir o nosso “jaleco”, o instrumento que nos permite a imunização contra a negatividade que nos incomoda, ou contra as emoções que nos impedem de viver a vida racionalmente, com qualidade, e em estado de felicidade.

 

Até Breve...

 

Entre 19 de dezembro de 2015 e 10 de janeiro de 2016, suspenderei minhas atividades profissionais para o restabelecimento da energia necessária para enfrentar mais um ano de desafios.

Agradeço aos meus clientes a confiança em meu trabalho, esperando poder continuar a ajudá-los na mudança comportamental, que é a essência do processo psicanalítico.

Aos meus clientes, bem como aos leitores de meus artigos publicados em várias mídias, aos ouvintes de programas radiofônicos e a todos que me conhecem desejo Boas Festas e um Ano Novo muito melhor do que o de 2015.

Aliás, o ano que ora termina ficará eternizado como marco na história contemporânea brasileira, porque será lembrado como o período em que o país elevou sua consciência cívica a um novo patamar. O Brasil haverá de ter evoluído socialmente com a experiência política vivida e ainda em curso, o que nos anima para renovar as nossas esperanças de um futuro melhor para todos os brasileiros.

Retrospectiva e Perspectiva

Dezembro é o mês da reflexão. Costumamos elaborar um balanço de como foi o ano que finda e traçar planos para o ano novo que se aproxima. Em tempos normais, retrospectiva e perspectiva são positivas, porque quando a nação vive um período de “normalidade” a economia cresce e a maioria da população tem motivos para estar satisfeita com as conquistas alcançadas e otimista em relação ao futuro.

A reflexão que faremos em 2015 será diferente, porque esse ano constituirá um divisor de águas na história do Brasil. A nação brasileira, em sua quase totalidade, terá se dado conta de ter sido vítima de sistemático e institucionalizado assalto bilionário ao patrimônio público e do ilusionismo político que, juntamente com políticas governamentais equivocadas, destruíram a economia, causaram o desemprego em massa, trouxeram a desesperança diante da falência moral da nação, e ainda resultaram na polarização da sociedade, contrastando o “nós” contra “eles”, sendo “eles” a maioria do povo que agora deverá arcar com os custos da incompetência governamental e do festival de ilegalidades constatadas em todas as áreas que se ousou investigar.

Pior do que encarar a retrospectiva tão nefasta é não ter uma perspectiva alentadora para o futuro próximo. Quem se apresenta como líder para conduzir a nação na busca da moralidade, do crescimento, da justiça social, enfim, do bem-estar e da esperança? O estado de espírito da nação nesse fim do ano 2015 é de depressão psíquica coletiva, inclusive porque esse líder não é atualmente identificado.

A pergunta que os brasileiros devem se fazer é como proceder para não sucumbir diante do desencantamento que se abate sobre a sociedade. Ofereço uma sugestão que talvez atenue a incerteza. É preciso fazer uma reflexão consciente e sistemática ao nível individual. É preciso perguntar-nos, por exemplo:

- Quais foram os eventos mais significativos em 2015?

- O que aprendi em termos de conhecimentos ou habilidades?

- O que realizei, total ou parcialmente? No que fracassei?

- O que agreguei em termos de experiência de vida?

- Como o ano afetou a qualidade de minha vida?

Concluída a análise do ano que se encerra, devemos planejar o ano novo, definindo objetivos e estratégias após identificar os cenários possíveis a partir da avaliação das probabilidades associadas.

Precisamos também planejar a nossa conduta pessoal e nos perguntar qual papel queremos desempenhar no palco da nossa vida. Cabe-nos escrever o “script” do personagem que queremos ser na peça teatral que é a nossa vida. Trata-se de deixar de viver “ao Deus dará” e domar as nossas emoções através da racionalidade, visando a viver “conscientemente” e mais felizes e em harmonia conosco mesmos. Deveremos também reavaliar o nosso papel individual em relação à coletividade, precisamente para que a sociedade seja proativa e não se torne vítima fácil de desmandos de seus governantes.

Expresso aos leitores meus sinceros votos de um 2016 melhor do que 2015.

A Jarra da Vida

Às vezes, deparamo-nos com algo que chama a nossa atenção por sua relevância ou sua simbologia. Ao navegar pela internet, encontrei uma história, de autoria desconhecida, que, a meu ver, é relevante como perspectiva para olharmos a vida.

Era uma vez um professor de filosofia, que pretendeu dar aos seus alunos uma lição de vida. Colocou sobre a mesa uma grande jarra vazia de vidro transparente. Em seguida, retirou bolas de golfe de uma sacola e colocou-as, uma após a outra, na jarra, até enchê-la completamente. Então, perguntou aos estudantes se a jarra estava cheia. Ninguém duvidou que estivesse. 

Então, o professor tirou de debaixo de sua mesa uma caixa contendo pequenas pedrinhas e colocou-as na jarra, sacudindo-a para permitir que as pedrinhas ocupassem os espaços entre as bolas de golfe. Quando terminou, perguntou aos estudantes se a jarra estava cheia. Novamente, ninguém duvidou que a jarra estivesse cheia.

Dando continuidade ao experimento, o professor apanhou um recipiente contendo areia e despejou o material na jarra, sacudindo-a para que a areia ocupasse os espaços entre as bolas de golfe e as pedrinhas. Aí, novamente perguntou se havia quem discordasse que a jarra estivesse totalmente cheia. Não havia quem discordasse, embora o semblante dos estudantes já mostrasse uma expressão de incerteza quanto à resposta certa.

Finalmente, o professor apanhou duas latas de cerveja, abriu-as e despejou o conteúdo na jarra.

A seguir, disse aos estudantes: As bolas de golfe representam aquilo que é essencial em nossas vidas - a família, os filhos, os amigos, a saúde, os nossos valores éticos e morais, e as nossas paixões. Ainda que não tivéssemos nada na vida a não ser o que as bolas de golfe representam, teríamos uma vida plena porque seria vivida em sua essência.

O professor continuou, dizendo: As pedrinhas representam outras coisas na vida que são importantes, mas não são essenciais - o nosso trabalho ou emprego, a nossa moradia, ou os bens materiais que nos dão conforto de viver.

Finalmente, observou: A areia é todo o resto que compõe a nossa vida. São as “coisas” pequenas, insignificantes. No entanto, o professor chamou a atenção para um detalhe: se colocarmos a areia na jarra antes das bolas de golfe e das pedrinhas, não haverá espaço para colocarmos em nossa vida o que é essencial e importante.

O professor, então, deu a aula por encerrada, mas uma estudante se manifestou e lhe perguntou: professor, por que o senhor despejou as duas cervejas na jarra? Disse o professor: porque é preciso encontrar tempo na vida para tomar uma cerveja com um amigo.

Moral da história: a nossa felicidade depende somente de nós mesmos, das prioridades que estabelecermos e respeitarmos quando de sua execução.

 

Publicado no Boletim Mensal da Academia Juvenil de Letras de Itajubá, MG, edição de NOVEMBRO de 2015.