Somos aproximadamente 7 bilhões e 300 milhões de pessoas vivendo na Terra. Esse número aumenta à razão de 80.000 indivíduos por dia (nasce o dobro de pessoas do que a quantidade das que morrem). A espécie humana é uma entre 8,7 milhões de espécies de seres vivos catalogadas pela Ciência, mas sabemos que existem espécies que ainda não descobrimos. A Terra é um entre 8 planetas por nós conhecidos, que orbitam em torno do “nosso” sol, que é apenas uma estrela entre pelo menos outras 100 bilhões identificadas em “nossa” galáxia, chamada de Via Láctea, que é apenas uma entre mais de 200 bilhões de galáxias “visíveis” aos telescópios, satélites e sondas espaciais dos humanos. É esse o nosso mundo cósmico, cuja dimensão é estimada em 13,8 bilhões de anos luz (um ano luz corresponde à distância percorrida pela luz, em um ano, no vácuo, à velocidade de 360.000 km por segundo). Segundo a teoria da Física vigente, todo esse universo teria surgido de uma explosão (chamada de “Big Bang”) de energia densamente concentrada. A expansão da energia resultante continua rumo ao infinito.
Há milênios, perguntamo-nos se existe “vida” em outros corpos celestiais. Oficialmente, a humanidade não sabe se existe. Suspeita-se que os governos de alguns poucos países disponham de evidências de vida em outros lugares desse gigantesco mundo cósmico e que haveria a existência de seres extraterrestres, que, inclusive, disporiam de avançada tecnologia de locomoção intergaláctica. Se essas informações de fato existirem, e se forem verdadeiras, são guardadas “a sete chaves”. A humanidade criou um folclore em torno do assunto, que alimenta a nossa imaginação.
Hoje, eu gostaria de atiçar essa imaginação um pouco mais. Sabemos que a vida na Terra somente é possível porque a distância que nos separa do “nosso” sol é a “distância certa”. Se estivéssemos mais longe do sol, a água congelaria e muitas, ou talvez todas as formas de vida não poderiam existir. Se estivéssemos mais perto do sol, a água evaporaria, o calor seria insuportável e também poderia não haver vida na Terra. Aliás, a Convenção do Clima (“COP-21”) promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), que reuniu representantes de 195 países e foi recentemente concluída em Paris, visava a deliberar sobre meios para evitar que o aquecimento global do nosso planeta passe de dois graus centígrados.
A Via Láctea, a “nossa” galáxia, mede 100.000 anos luz. Nela, cientistas já descobriram a existência de 921 planetas, que orbitam em torno de outras estrelas (sóis). Portanto, como existem centenas de bilhões de galáxias, contendo centenas de bilhões de estrelas, e já que muitas dessas estrelas têm planetas orbitando ao seu redor, podemos concluir que, muito provavelmente, existam “bilhões de bilhões” de planetas no universo sideral. Para expressar essa quantidade matematicamente: 1.000.000.000.000.000.000 (o número 1, seguido de 18 zeros!!!). Nem sei que nome dar a esse número.
Façamos um exercício de raciocínio: se, muito possivelmente, existam bilhões de planetas, será que apenas o planeta Terra reúne condições físicas para abrigar formas de vida? Será que não existem outros milhares, milhões ou até bilhões de planetas que estão a uma distância “ideal” de seus respectivos sóis? Suponhamos que apenas 1% dos planetas estejam a essa distância ideal. Isso significaria que existiriam no universo 10.000.000.000.000.000 (o número 1, seguido de 15 zeros) planetas como a Terra, localizados a uma “distância viabilizadora de vida” em relação aos respectivos sóis. Imaginemos, agora, que “alguns” desses planetas contenham água e outros elementos físicos que tenham permitido o surgimento de formas de “vida”. Suponhamos que em apenas 1 planeta em cada 1 bilhão de planetas se encontre “vida”. Teríamos, então, hipoteticamente, a existência de “vida”, como nós a conhecemos, em pelo menos 1 milhão de planetas existentes no universo.
Isso parece absolutamente fantasioso, surreal, inimaginável? Pois bem. Diminuamos a nossa presunção de 1% para 0,01%. Ainda assim, teríamos “vida” existindo, em tese, em 1.000 planetas como o nosso planeta Terra.
Como não temos evidências “científicas” da existência de vida em outros corpos celestiais, a humanidade pode continuar a pensar que “nós” e a “nossa civilização” somos o “centro” do universo. Todo o nosso sistema de crenças religiosas se baseia nessa premissa: somente “nós” (os seres na nossa Terra) existimos como formas de vida nesse universo cósmico.
A mente humana é capaz de gradativamente desvendar os mistérios do mundo, mas ainda não sabemos, pelo menos oficialmente, se existe vida fora da Terra. Também não sabemos, ou não temos certeza, de que exista uma sobrevida do espírito humano após a morte do nosso corpo físico. Essa dúvida nos faz acreditar em “Algo” superior, que, por sua vez, nos consola na angústia de nossa finitude.
Quando aprendemos a aceitar a nossa “insignificância” relativa diante das dimensões do universo cósmico, deixamos de nos angustiar com as nossas “dúvidas existenciais” e abrimos o caminho para uma vida mais feliz, em harmonia com o nosso mundo.
Que assim seja o ano de 2016 para todos nós!